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Episódio final de Falcão e Soldado Invernal encerra primeira temporada da série com chave de ouro

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Foto: Reprodução/Twitter/@stevesluna

Lançado nesta sexta-feira (23), o último episódio da série produzida pelo Marvel Studios e que inicia, junto à WandaVision, a fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), fechou com pé direito e chave de ouro sua primeira temporada. Sam Wilson (Anthony Mackie) assume o manto como novo Capitão América e Bucky Barnes (Sebastian Stan) se livra da identidade de Soldado Invernal.

Dando continuidade aos eventos de Vingadores: Ultimato, somos introduzidos à trama de Falcão e o Soldado Invernal, onde temos, de um lado, em um conflituoso mundo pós-blip, o Conselho de Repatriação Global (CRG) tentando promover um reestabelecimento das fronteiras, e, do outro lado, o movimento Apátrida, defendendo a ideia de ‘’um mundo, um povo’’, contrariando as intenções da CRG.

Lutando contra o reestabelecimento do mundo como era antes do blip – que pode afetar a vida de milhões de pessoas, muitas delas podendo ser deixadas na miséria – o movimento Apátrida se impõe de todas as maneiras que encontra para concluir seus objetivos, como visto na série.

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Ao passo que a trama vai se desenrolando, Sam e Bucky se juntam para barrar os violentos eventos que passam a partir do movimento Apátrida e de seus cabeças. É possível ver a relação conflituosa dos dois heróis que, no começo, não se aceitam de nenhuma maneira. Com o passar dos episódios, a história dos dois personagens é aprofundada de maneira individual e ganham na TV parte do tempo de tela que não tiveram nos cinemas.

Sam, não se vendo como símbolo ao alcance do manto de Capitão América (um símbolo de heroísmo calcado nas lutas contra injustiças, na ajuda e proteção de quem precisa) se nega – inicialmente –  a assumi-lo e vai se descobrindo digno em meio ao desenvolvimento da narrativa, e, na mesma medida, tem que lidar com outras questões, entre elas, a racial.

Bucky, assombrado por fantasmas do seu tempo como Soldado Invernal, e após a perda do seu melhor amigo, tenta trilhar um caminho de redenção enquanto luta contra a percepção que tem de si mesmo à medida em que vê Sam negar a herança do escudo de Capitão América.

Em meio aos episódios, vemos a confirmação da ótima dinâmica dos dois personagens e as sequências de ação que não deixam nada a desejar e são tão boas quanto as presentes no segundo filme do primeiro vingador, assim como já indicavam as primeiras reações da série relatadas em publicação anterior aqui no Midiático.

Com o andar da carruagem, vemos a construção e a aceitação de Sam como o novo Capitão América. A criação de uma ‘’nova história de origem’’.

Ao não adotar uma visão maniqueísta de ‘’preto e branco’’ e enxergar as motivações que culminaram no movimento dos Apátridas, ao procurar ajudar Karli Morgenthau de todas as maneiras; ao, mais do que nunca, ver a injustiça em relação às questões raciais, o apagamento histórico das figuras negras – abordado por meio da introdução de Isaiah Bradley (Carl Lumbly), ao ver as mudanças que o mundo necessita perante tudo que está ocorrendo, o herói se impõe e herda o escudo de Steve Rogers, finalmente assumindo o manto deixado para ele.

Um Capitão América negro, nascido em meio a uma sociedade estadunidense criada em cima de pautas racistas. Nascido da luta contra as injustiças, da luta em relação à população negra. Um Capitão América que, mais que ninguém, entende sobre desamparo, sobre não ter suporte, sobre uma histórica exclusão social. Sem olhos azuis, cabelo loiro e pele clara, o ideal estadunidense do que é ser herói. Um novo Capitão América que, mesmo sem o soro de supersoldado, não deixa de sê-lo. Um Capitão América que procurou, procura e procurará ajudar a todos que necessitarem. Um herói, acima de tudo, assim como seu antecessor.

O arco de Bucky também é fechado ao largar de vez a identidade de Soldado Invernal. Mediante a ajuda de várias pessoas e, em especial, a de Sam, o herói, após um diálogo no final do quinto episódio, decide trazer paz e o fim de ciclos que continuavam pendentes para aqueles que um dia ele machucou, direta ou indiretamente, como Soldado Invernal. Ao final do sexto episódio, isso se confirma com Bucky contando a Sr. Nakajima a real história por trás da morte de seu filho.

A série, assim como WandaVision, inicia a fase 4 do UCM e trabalha bem seus personagens, dando-lhes significados e propósitos que, ao longo do desenvolvimento da nova fase, espera-se que sejam coerentes e façam sentido para o objetivo desta.

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