Livros
Conheçam poetas e poetisas de grande inspiração mundial
Hoje (21) é celebrado o dia Dia Mundial da Poesia, a data criada durante conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1999, e visa promover a leitura, escrita, publicação e ensino de poesia no mundo — o MIDIÁTICO traz grandes nomes da poesia mundial para homenageá-los, ressaltando a importância do lirismo poético.
Estados Unidos
Emilly Dickson (1830-1886)
Uma das maiores escritoras do século 19, conseguiu praticar literatura com propriedade ainda naquele século. Emilly vivia isolada do mundo, usou a literatura para se expressar, escrevendo sobre seu cotidiano, o amor e a natureza. Fugiu das regras convencionais de escrita, criando as suas. Os poemas de Emilly Dickson só foram descobertos após sua morte.
Principal obra: Compilações de poemas (publicação póstuma)
"Esta, minha carta para o mundo, Que nunca escreveu para mim — Simples novas que a Natureza Contou com terna nobreza. Sua mensagem, eu a confio A mãos que nunca vou ver — Por causa dela — gente minha — Julgai-me com bem-querer.” (Tradução de Aíla de Oliveira Gomes)
Brasil
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Poeta, contista e cronista brasileiro, considerado um dos escritores mais influentes da segunda geração modernista. Com versos livres e escrita fora do padrão, Drummond refletia em suas obras não só seus sentimentos, momentos de crises e conflito espiritual, mas também o cotidiano e a identidade nacional.
Durante sua carreira, o poeta recebeu vários prêmios, como: Prémio Jabuti 1968, Prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1973), e foi um dos únicos escritores brasileiros que conseguiu viver da própria literatura.
Principais obras: Sentimento do Mundo (1940), Rosa do Povo (1945) e Claro Enigma (1951)
“Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco. Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração(...)” (Poema de sete faces/Alguma poesia-1930)
África Ocidental
Phillis Wheatley (1753-1784)
A primeira poetisa africana a ser publicada foi, aos sete para oito anos, vendida como escrava para uma família americana. Comprada por uma família de Boston, os Wheatley que ensinaram a menina a ler e escrever. Com o passar do tempo, Phillis começou a apresentar aptidão para a poesia, e a família que adotou, passaram a incentivar seu talento. Algo que facilitou o aprendizado da moça foi o fato de John Wheatley ser um conhecido progressista e por isso, acabou oferecendo mais educação para sua jovem escrava.
Aos 14 anos, Phillis escreveu seu primeiro poema “To the university of Cambridge, in New England”, o que chamou atenção da família, fazendo com que retirassem os afazeres da jovem.
A escritora continuou se dedicando à sua escrita, conseguindo publicar livro e a seguir o caminho de Letras, pelo menos até ser emancipada, com a morte de John.
Mesmo passando por dificuldades e crises, Phillis Wheatley, com sua história e escrita, tornou-se um ícone para a literatura afro-americana.
França
Charles Baudelaire (1821-1867)
Charles-Pierre Baudelaire, conhecido como “o pai do Simbolismo”, e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, traz em seus versos temáticas baseadas no idealismo romântico e, em grande parte, explora temas sombrios e eróticos.
Principal obra: Flores do Mal (1857)
“Tu que, como uma punhalada Invadiste meu coração triste, Tu que, forte como manada De demônios, louca surgiste, Para no espírito humilhado Encontrar o leito ao ascendente, - IInfame a que eu estou atado Tal como o forçado à corrente, Como a seu jogo o jogador, Como à garrafa o beberrão, Como aos vermes a podridão - Maldita sejas, como for! Implorei ao punhal veloz Dar-me a liberdade, um dia, Disse após ao veneno atroz Que me amparasse a covardia. Mas não! O veneno e o punhal Disseram-me de ar zombeiro Ninguem te livrará afinal De teu maldito cativeiro Ah! imbecil-de teu retiro Se te livrássemos um dia, Teu beijo ressuscitaria O cadaver de teu vampiro!" (Vampiro/ Flores do Mal)
Portugal
Fernando Pessoa (1888-1935)
Um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e figura central do Modernismo português, movimento que valorizou a experimentação e a cultura nacional.
Seu grande êxito foram os heterônimos – personagens fictícios com os quais assinava obras e que lhe permitiam explorar outros temperamentos e estilos ao escrever.
Obras principais: Mensagem (1934), Livro do Desassossego, Poemas Completos de Alberto Caeiro
“O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.” (Poema: Autopsicografia)
Inglaterra
Willian Shakespeare (1564-1616)
Considerado uma das maiores figuras literárias da língua inglesa, o dramaturgo e poeta inglês, Willian Shakespeare, autor de tragédias famosas como “Hamlet”, “Othelo”, “Macbeth” e “Romeu e Julieta”.
Principais obras: Sonetos (1609), Romeu e Julieta (1595) e Hamlet (1601)
“Não chame o meu amor de idolatria Nem de ídolo realce a quem eu amo, Pois todo o meu cantar a um só se alia, E de uma só maneira eu o proclamo. É hoje e sempre o meu amor galante, Inalterável, em grande excelência; Por isso a minha rima é tão constante A uma só coisa e exclui a diferença. 'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo; 'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento; E em tal mudança está tudo o que primo, Em um, três temas, de amplo movimento. 'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora; Num mesmo ser vivem juntos agora.” (Soneto CV)